quinta-feira, 3 de março de 2011
Nostalgia
Da dor resta a nostalgia. Desta há-de restar sempre um vazio que ser algum, processo algum, poderá sanar. Não que o coração o queira ou a alma o busque. A realidade de Maria é envolvente, a sua presença omnipotente.
Recordando o passado ou espreitando o futuro, em tudo ela está presente, como um sinal. É em nome desse sinal que o desespero ficou na antecâmara da alma, suspenso. Mas é evidente a impossibilidade de o deter. Inevitavelmente o momento da rotura há-de chegar e este tempo de espera terminar.
Depois, depois será o que a alma for capaz de viver. E se em loucura ou razão, ainda é cedo para o dizer. O que é certo é que a prova veio, está presente, e em tudo há sinais seus. Se Maria não tivesse partido, talvez a prova fosse coisa diferente e pudesse ser vivida sem sofrimento. Mas Maria partiu e com ela levou a frágil zona onde a sensibilidade podia existir.
Agora é a dor, a compreensão do silêncio, e esta certeza de já não haver certezas, excepto algum dia em Deus. Mas Deus tarda ou não existe.
30 de Abril de 2004
JC
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